quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Vamos falar sobre mães de crianças?


Olá, pessoas queridas
Hoje, eu venho usar a linguagem para falar de algo bem pessoal mas que afeta a vida de muitas pessoas (se não de todos): CRIANÇAS… E SUAS MÃES!
Tenho enfrentado uma das fases mais desafiadoras da maternidade, para mim: os 2 aninhos! Já tinha lido sobre o que alguns chamam de “adolescência” dos bebês (POR AÍ VCS JÁ TIRAM UMA NOÇÃO). Outras pessoas preferem não definir dessa forma para não carregar de estigma negativo uma fase super importante para nós (ISSO MESMO, TODO MUNDO JÁ TEVE 2 ANOS) e que tem muita relevância para a personalidade adulta.
Bom.. o que eu tenho para falar sobre essa experiência me faz lembrar de inúmeros relatos de outras mulheres mães que apontam a complexidade da “maternidade real”. Como o próprio nome já diz, é a verdadeira pois a ideal nem existe na pratica. O que as pessoas adultas esquecem ou não ficam sabendo sobre essa realidade de ser mãe?
Gente, só hoje eu ouvi meu filho chorar por volta de 15 vezes. Sem exagero! São 13:41 da tarde e minha cabeça parece que vai explodir já que meu pequeno tem uma voz super aguda e seu choro é “super chamativo” (inclusive o documentário “O mundo secreto dos bebês”, da bbc, fala de como o choro é comprovadamente alto o suficiente para não ser ignorado, um mecanismo de defesa), ou seja, por mais que eu não possa dar “bola” para todas suas vontades eu tenho que exercer uma paciência surreal para vencer meu próprio cansaço e dor de cabeça. Isso não é brincadeira!
No meio desse caos do choro e vontades não compreendidas, ainda é preciso saber lidar com outras emoções que ocorrem SIMULTANEAMENTE, ou seja, não vem organizado em parágrafos como no texto. Acontece tudo na mesma hora, mais ou menos assim: O bebê quer fazer algo que pode machucá-lo, você vai lá e conversa com ele explicando que a mamãe não deixa fazer isso pois é perigoso. Ele faz cara de quem entendeu e em seguida volta a mexer na mesma coisa, você fala mais algumas vezes até que, calmamente, você retira a criança do local e ela abre um choro digno de ópera bem ao lado do seu ouvido. Você lembra do que leu sobre a falta de maturidade cognitiva pra compreender certas coisas e como ele ainda precisa aprender a lidar com as frustrações, tenta ignorar o choro ( O CHORO É BIOLOGICAMENTE NÃO IGNORÁVEL), você se lembra que é você que tem consciência e por isso pode manter o controle, ele segue berrando. Você senta com ele por algum tempo e espera que ele se acalme, depois de 30 minutos assim ele decide se acalmar. Ok! parece que ta tudo certo, você espera mais um tempo e explica pra ele que lidar daquela forma não fará ele conseguir as coisas, que a mamãe ama ele mas não gosta dessas atitudes pq… BUÁÁÁÁÁÁ! Socorro, o que eu tô fazendo de errado?! Seguiu todos os passos mas não parece ter dado certo. Você se culpa, se acha a pior mãe. Coloca a criança pra dormir ou qualquer outra coisa que ele se distraia e vai pro banheiro sentar no chão e chorar!
Engraçado né? NÃO! Na prática isso é desesperador e muito doloroso. Educar alguém é MUITO DIFÍCIL. Respeitar a maturidade e o tempo da criança é complexo e mexe com toda a emoção que só o amor pelo filho pode explicar. Você quer dar o melhor pra aquele ser, mas nem sempre você  acredita que o seu melhor é o suficiente. Você quer de si mesma uma perfeição que nenhum ser humano tem, você tem medo de destruir o futuro de seus filhos mas algumas vezes ta destruindo é a si mesma.
Ser mãe é tão difícil… mãe de criança, NEM SE FALA!
Outro eixo problemático na vida de uma mãe são… TCHAM TCHAM TCHAM TCHAAAAAAM:
OS TERCEIROS!!!
Sim, os terceiros (sejam eles família, amigos, colegas, vizinhos, pessoas aleatórias que estão te observando) possuem uma dificuldade tremenda de se solidarizar e AGIR positivamente na vida das mães de crianças. É incrível: ou acham engraçado, ou ficam só julgando com os olhos, ou ficam comentando “coitada”, ou dão palpites indesejados, mas MUITO RARAMENTE se posicionam de forma respeitosa e empática. Daria para listar algumas dicas para essas pessoas:
1ª Se for nos visitar, avise antes pois podemos estar num péssimo dia!
2ª Se estiver em nossa casa, procure respeitar a criança pois ela É da casa e você NÃO.
3ª Eu não sou SUA empregada doméstica, arrumem suas coisas, vocês são adultos!
4ª Se a criança estiver agitada e a mãe cansada, gaste sua energia brincando um pouco com a criança.
5ª No momento de “birra” não se intrometa e tente manter o ambiente tranquilo
6ª Não fique dando palpites desnecessários (PRINCIPALMENTE SE VC NUNCA TEVE FILHOS)
7ª Se uma mãe está fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, ajude-a no que for possível!
8ª Se você gosta de criança, ofereça-se para cuidar enquanto a mamis tira um dia pra ela!
9ª Seja mais uma ajuda do que um trabalho na vida de suas amigas, conhecidas ou parentas mães!
10ª NÃO USE A MATERNIDADE COMO ERRO: NINGUÉM DEVE SER PENALIZADO POR SER MÃE! (Ingratos!)
Bom, como vocês podem ver, 10 pequenas e leves dicas de como cooperar mais e atrapalhar menos. É preciso se lembrar que ALGUÉM NOS CUIDOU, talvez não tenha sido a mãe, mas alguém exerceu um papel de cuidado em sua vida e isso sem dúvida exigiu muito dessa pessoa. Por isso, independente de você “gostar ou não de crianças”, ELAS SÃO HUMANAS e VOCÊS JÁ FORAM ELAS, logo não custa repeitá-las. Além disso, não vamos sacanear as MÃES DE CRIANÇAS já que elas sozinhas enfrentam diversos desafios internos e externos, não custa aos terceiros chegarem pra somar e aliviar essas dificuldades.
Mesmo com diversos debates sobre feminismo e respeito com a vida das mulheres, tudo isso parece muito distante da vidas das mulheres que são mães. Em algum momento do caminho somos esquecidas em detrimento de nossa maternidade, não só por nós como por aqueles que nos amam. Esquecem que nos cansamos, que continuamos tendo desejos, sonhos, planos, metas, fome, sono… Existe uma solidão profunda no coração de mães e causada, principalmente, por quem é mais próximo e que, obviamente, esperamos mais atenção e cuidado.
Pra encerrar meu desabafo, deixo uma imagem que ilustra um desses muitos sentimentos que a maternidade nos traz:
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Por hoje, é só!
Vocês até podem não ter gostado mas espero que reflitam!

PELA SAÚDE MENTAL DAS MULHERES MÃES!!